O Imef convida toda comunidade acadêmica para o seminário de Física intitulado Transições Inversas em Modelos Fermiônicos de Vidro de Spin Ising que será ministrado pelo pós-doutorando, Dr. Carlos Alberto Vaz de Morais Junior, do Imef.

O seminário será nesta quinta-feira, dia 16 de junho de 2011, às 13h30, na sala 2101 onde será discutido diversos estudos experimentais que mostram a existência da chamada transição inversa. Esta é uma transição não intuita, em que a fase ordenada apresenta uma entropia maior que a fase desordenada. Para descrever características gerais relacionadas a esse fenômeno, as transições inversas são estudadas a partir de dois modelos vidro de spin: o modelo de alcance infinito vidro de spin de Ising fermiônico (VSIF) com campo magnético transverso h e o modelo Hopfield vidro de spin Ising fermiônico (HVSIF) com h.

Nestes modelos, os spins são escritos em termos de operadores fermiônicos. Nesse caso, há quatro autovalores possíveis para o operador Szi, dois deles não magnéticos. Ambos os modelos são expressos em termos do formalismo das integrais de caminho fermiônicas com variáveis de Grassmann. Particularmente, os modelos VSIF e HVSIF são analisados no ensemble Grão Canônico, que permite variar o número médio de ocupação de férmions por sítio através do ajuste do potencial químico $mu$.

O Potencial Grão Canônico é obtido por meio das soluções com simetria de réplicas e com um passo de quebra de simetria de réplicas utilizando a aproximação estática. Os resultados obtidos a partir dos modelos VSIF e HVSIF podem ser resumidos de acordo com a seguinte ordem: primeiramente, o modelo altamente frustrado VSIF é estudado. Essencialmente, para h=0, há o surgimento de transição de primeira ordem inversa para valores de $mu$, que é um mecanismo de favorecimento de estados não interagentes (diluição magnética).

Consequentemente, as transições inversas puderam ser estudadas sob o efeito de flutuações quânticas quando um campo magnético transverso é introduzido nesse modelo. Como resultado principal, é mostrado que flutuações quânticas destroem as transições inversas no modelo VSIF. Em segundo lugar, o papel da frustração como ingrediente para um modelo apresentar naturalmente transições inversas é checado pelo modelo HVSIF, o qual permite analisar diversos regimes de frustração. De fato, é mostrado no modelo HVSIF que independentemente do nível de frustração, sempre há uma transição inversa para valores altos de $mu$.

Finalmente, a introdução do campo h no modelo HVSIF permite estudar de que forma o ajuste simultâneo de flutuações quânticas e intensidade do nível de frustração afetam as transições inversas nesse modelo. Como resultado, sugere-se que a relação entre diluição e a presença de uma fase frustrada tem um importante papel na produção de transições inversas. Em adição, quando efeitos de flutuações quânticas são introduzidas pelo h, o papel da diluição parece ser enfraquecido. Nesse caso, as transições inversas são destruídas no modelo HVSIF.